segunda-feira, janeiro 29, 2018

Perspetivas

Vejo ruínas de um edifício intemporal
Outrora construído com todas as coisas preciosas.

Hoje, as orações são uma algaraviada

Sem sentido,
Sem sentimento.

Os construtores do templo ficaram quedos e mudos

E os falsos sobem ao altar e sorriem
Sorriem ao desprecavido.

Não vás para longe, não te apartes de quem te quer ouvir, mestre

Onde estás? Onde é que eu esqueci?!

Tive um sonho...

O templo de outrora reerguia-se na espuma das horas enganadas
E envolvia-me nos seus braços etéreos
Depois aconchegava-me no seu regaço e sussurrava-o ao ouvido:

Estou em todo o lado onde há a verdade,

Na poesia, no riso e no choro de uma criança,
No ventre de uma mãe, na força da natureza,
Na saudade da infância...

E zumbia dentro de mim uma verdade inexorável:

O templo vivia!




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