Bem-vindos ao meu cantinho da escrita, espaço onde as folhas voam à medida do seu desejo e seguem rumos distintos. As folhas são como nós, todas diferentes e oriundas de uma raiz comum; uns dias felizes, outros nem tanto; uns dias cheias de esperança e outros dias sem vontade de uma brisa que seja; uns dias derrotadas, mas outros dias vitoriosas. E neste balanço da vida, as folhas vão caindo aqui, sempre por vontade delas.
quarta-feira, agosto 26, 2009
A queda
Era uma vez uma pequena bolota que vivia num carvalho e teimava em não cair. Todas as outras bolotas achavam-na extremamente estranha por ela não se entusiasmar na possibilidade da queda. À medida que ela ia secando, atemorizada ficava, enquanto as outras, riam-se e ensaiavam voos para o solo. Mas não aquela bolota, ela não teria o mesmo destino. Aguentaria-se num qualquer ramo, mas para o chão não iria.As suas companheiras foram caindo a pouco e pouco e aquela bolota aguentou-se a todas elas e sobreviveu à queda. Envelheceu no carvalho que a viu nascer e enquanto as outras deram frondosos carvalhos, aquela bolota nunca deixou de o ser.
sábado, abril 11, 2009
A Despedida
Despedir
Despir
Pedir
Adeus. Perdi as minhas vestes, no momento em que entraste dentro de mim, com o olhar, de quem me quer acima do sol e da lua. Acreditei. Embriaguei-nos. Vestiste-me com os teus braços e não mais os abandonei. Tornei-me, diariamente, a libelinha, que não receia o amanhã. Fiz-te acreditar na incerteza do meu olhar. Cada vez que me observava ao espelho, sentia desconforto nesta nudez. Porquê? questionava. A observação é matéria da ciência. Eu apenas queria sentir. Pedi aos deuses que me explicassem a origem e me convencessem de que não tinha mal esta nudez. Tolice minha, procurar, fora, respostas. Os deuses condenaram-me ao exílio. Arrancaram-me dos teus braços. Vestiram-me. Obrigaram-me a contar os dias, a viver em função de uma roupa, que me impuseram. De ti, não tive mais notícias. A última vez, que me chegaram novas de ti, foi a de que um deus te havia engolido, com inveja da tua permanente nudez. Durante anos, procurei um espelho que fosse, para me tentar reconhecer. Todos os espelhos me haviam sido vedados. Foi então, que numa noite de lua cheia, olhei para o céu espelhado e vi os deuses a troçarem de mim.
Despir
Pedir
Adeus. Perdi as minhas vestes, no momento em que entraste dentro de mim, com o olhar, de quem me quer acima do sol e da lua. Acreditei. Embriaguei-nos. Vestiste-me com os teus braços e não mais os abandonei. Tornei-me, diariamente, a libelinha, que não receia o amanhã. Fiz-te acreditar na incerteza do meu olhar. Cada vez que me observava ao espelho, sentia desconforto nesta nudez. Porquê? questionava. A observação é matéria da ciência. Eu apenas queria sentir. Pedi aos deuses que me explicassem a origem e me convencessem de que não tinha mal esta nudez. Tolice minha, procurar, fora, respostas. Os deuses condenaram-me ao exílio. Arrancaram-me dos teus braços. Vestiram-me. Obrigaram-me a contar os dias, a viver em função de uma roupa, que me impuseram. De ti, não tive mais notícias. A última vez, que me chegaram novas de ti, foi a de que um deus te havia engolido, com inveja da tua permanente nudez. Durante anos, procurei um espelho que fosse, para me tentar reconhecer. Todos os espelhos me haviam sido vedados. Foi então, que numa noite de lua cheia, olhei para o céu espelhado e vi os deuses a troçarem de mim.
quinta-feira, janeiro 08, 2009
É Hora
Hoje é hora,
Hoje é recomeço,
Hoje é o verbo de acção,
Paragem só de autocarro.
Vou a pé, para não ganhar calo cerebral.
Quer faça frio, quer calor, hoje luta-se contra a inacção, contra a neblina.
O frio enrijece, o calor aquece.
Paradoxo universal em ...
Hoje é dia.
Igual ao outro, diferente.
Hoje é recomeço,
Hoje é o verbo de acção,
Paragem só de autocarro.
Vou a pé, para não ganhar calo cerebral.
Quer faça frio, quer calor, hoje luta-se contra a inacção, contra a neblina.
O frio enrijece, o calor aquece.
Paradoxo universal em ...
Hoje é dia.
Igual ao outro, diferente.
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