segunda-feira, outubro 30, 2006

Sentimento de Pertença

De que vale estar onde não se pertence…?!

É engraçado como o sentimento de pertença nos faz negar um presente que sentimos não ser nosso. Não é racional, mas intuitiva, esta força que nos puxa não sabemos bem para onde (por vezes sabemos), mas sabemos que não é ali o nosso lugar. Percorremos quilómetros de vida à procura desse espaço mágico que nos fará supostamente os homens e as mulheres mais felizes do mundo. Seremos? Ou somos já? Quereremos pertencer ao nosso lugar ou ultrajar-nos a nós próprios com promessas de quimeras impossíveis?! Vejo homens e mulheres a dizerem que não pertencem de modo algum ao momento presente, mas que dele não podem fugir, pois a realidade impede-os de viver no lugar de pertença. Se deles dependesse exclusivamente não estariam “no lugar de outro”, mas a vontade não é suficiente para derrubar as barreiras exteriores. Esquecer-se-ão das suas próprias barreiras?! Caladas e silenciosas para não constrangerem aquele que diz ser impedido de lutar mais…. Derrubá-las seria um passo importante para descobrir se já estamos onde pertencemos ou não.em>
Fim______

quarta-feira, outubro 25, 2006

Dizem que o tempo tudo apaga. Será mesmo verdade? Esta afirmação não nos despoja por completo da memória, receptáculo indispensável para agirmos em diversas situações e perante certas personalidades?! Parece não fazer sentido, à primeira vista. E talvez não faça. No entanto, ao encararmos esse tudo como sentimentos, podemos até aliar esse pensamento a outro bem conhecido “Longe da vista, longe do coração”. De facto, o afastamento de duas pessoas por um tempo indefinido pode e certamente atenua o que cada um sente pelo o outro, podendo inclusive desaparecer. Quem já não sentiu isso? Impossível não sentir. De outra forma, não nos apaixonaríamos novamente, porque viveríamos presos ao passado. Agora não será demais dizer que o tempo apaga tudo, isto é, todos os sentimentos, em relação a uma pessoa, ou situação vivida?! O que me parece que acontece neste período de tempo, indefinido, é que se dá uma transformação dos sentimentos, uma mudança, pois não se pode viver o passado. Chamaria a esta mudança instinto de sobrevivência, que poderá efectivamente ser adoptado naturalmente pelo indivíduo, o que significa que realmente A já não ama B, o que não invalida que já não sinta nada por ele; ou que se auto-forçou a um sentimento que vê como imprescindível à sua sobrevivência. Segundo estas últimas premissas, o tempo não apaga tudo, mas pode alterar tudo. E quem sabe se o processo apresentado não poderá sofrer uma regressão! Afinal, se falamos de sentimentos nunca poderemos dizer que não. Fim___