quarta-feira, outubro 25, 2006

Dizem que o tempo tudo apaga. Será mesmo verdade? Esta afirmação não nos despoja por completo da memória, receptáculo indispensável para agirmos em diversas situações e perante certas personalidades?! Parece não fazer sentido, à primeira vista. E talvez não faça. No entanto, ao encararmos esse tudo como sentimentos, podemos até aliar esse pensamento a outro bem conhecido “Longe da vista, longe do coração”. De facto, o afastamento de duas pessoas por um tempo indefinido pode e certamente atenua o que cada um sente pelo o outro, podendo inclusive desaparecer. Quem já não sentiu isso? Impossível não sentir. De outra forma, não nos apaixonaríamos novamente, porque viveríamos presos ao passado. Agora não será demais dizer que o tempo apaga tudo, isto é, todos os sentimentos, em relação a uma pessoa, ou situação vivida?! O que me parece que acontece neste período de tempo, indefinido, é que se dá uma transformação dos sentimentos, uma mudança, pois não se pode viver o passado. Chamaria a esta mudança instinto de sobrevivência, que poderá efectivamente ser adoptado naturalmente pelo indivíduo, o que significa que realmente A já não ama B, o que não invalida que já não sinta nada por ele; ou que se auto-forçou a um sentimento que vê como imprescindível à sua sobrevivência. Segundo estas últimas premissas, o tempo não apaga tudo, mas pode alterar tudo. E quem sabe se o processo apresentado não poderá sofrer uma regressão! Afinal, se falamos de sentimentos nunca poderemos dizer que não. Fim___

3 comentários:

confissão das artes disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
confissão das artes disse...

já tinha saudades das tuas palavras. admiro-te.
"conta-me histórias", com a tua sensibilidade...

margarida

da.rocha disse...

leio, confirmo, e aprendo...
tens o dom da escrita...