terça-feira, outubro 13, 2020

Um dia... feliz

Nunca sabemos com o que contar, o amanhã pode trazer um sol brilhante, que nos enche de alegria e esperança, assim como uma nuvem pesada, difícil de carregar. A inconsistência e a incoerência são também cordas que nos movem. Não há volta a dar. E neste entra e sai de cena, mudança de ato, vamos cumprindo com o nosso papel. Umas vezes prazeroso e solarengo, outras vezes difícil de digerir. Entra e sai personagem. Mudança de ato. O caminho permanece praticamente imutável à perceção de um novo olhar. 

Hoje é um dia bonito, cheio de sol, o caminho apesar de arenoso, é convidativo. Aconsistento-me para ganhar força!

sábado, junho 20, 2020

Horas perdidas?

Desconfino, confino, desconfino e volto a confinar;
Estes tempos são para desconfiar,
E tudo aponta que está para durar,
Volta atrás e adiante.

Confio, desconfio e volto a confiar:
Volto para casa, fecho-me a sete chaves,
Nem à vizinha abro a porta,
Grita baixinho: - Porquê? Respondo: - Tu bem sabes!
(E não é que retorquiu torta! )

Desconfio, confio e volto a desconfiar:
Nesta dança chá chá chá, lelé da cuca,
Volto para a rua, dou abraços solicitados e gratuitos.
Acredito novamente na humanidade! Respiro!

Agora já não desconfio nem confio,
Antes experimento a loucura certificada por um teste positivo! 

quarta-feira, maio 20, 2020

O refúgio no antigo

Gosto de tudo o que é antigo,
Cheiro a mofo, que me desperta os sentidos,
Lembranças de um tempo perdido.

Nessa altura, era feliz sem saber!
Que benção não ter consciência
Do prazer dos dias...

Viver sem nunca pensar,
Sem nunca pensar que tudo pode mudar,
Vazio de repente.

Gosto de tudo o que é antigo,
porque me desperta os sentidos,
Lembra-me os sorrisos perdidos.

Agora consciente,
O presente não faz sentido,
Recordações enchem-me de desesperança.

Já não se volta atrás,
Por isso gosto de tudo o que é antigo.




sexta-feira, maio 01, 2020

Espetáculo de Teatro "Compota de Poesia"

trailer do espetáculo "Compota de Poesia"

Texto: Poesia de Fernando Pessoa ortónimo e heterónimos (Ricardo Reis, Álvaro de Campos, Alberto Caeiro) Encenação: Paula Antunes Elenco: Ana Videira, Francisco Gomes, Hugo Baptista, Natacha de Noronha e Pedro A. Rodrigues Direcção Musical e Sonoplastia: Hugo Baptista Fotografia: Joana Jesus Cartaz: Pedro Miguel Sousa Produção e Comunicação: Bruna Pereira Direção Artística: Teatro Língua de Trapo

Devido ao elevado teor emocional dos poemas de Fernando Pessoa, aconselha-se uma compota 1 a 2 vezes por semana. Um espetador assíduo descobrirá o sentido oculto das palavras e perceberá que a poesia pode tomar a forma de teatro e de canto. Não tem efeitos secundários perniciosos, mas atenção: causa habituação.
Em cena: Francisco Gomes/ Foto de Joana Jesus

Em cena: Ana Videira/ Foto de Joana Jesus

Em cena: Natacha de Noronha/ Foto de Tânia Mendes

Em cena: Hugo Baptista e Pedro A. Rodrigues / Foto de Luís Conde



quarta-feira, abril 08, 2020

Espetáculo de Teatro "Balbúrdia no Olimpo"


Texto e Encenação: Paula Antunes
Assistência de Encenação: Francisco Ferreira Gomes
Elenco: Hugo Santos Silva, Nuno Loureiro, Paula Antunes, Pedro A. Rodrigues
Desenho de luz e Operação Técnica: Gonçalo Oliveira, Hugo Carriço
Figurinos e Adereços: Otília António Antunes
Sonoplastia: Hugo Baptista
Produção e Comunicação: Bruna Pereira
Design Gráfico do Cartaz: Frederico Silva
Direção artística do Teatro Língua de Trapo

Ser Deus nunca foi fácil e num país assolado de mal-intencionados, o Inferno é que lucra. De um lado Afrodite e Apolo, do outro Dionísio e Ares e entre eles o mais poderoso e mais enganado dos Deuses: Zeus. Já não se respeita a vontade do Senhor do Olimpo e os humanos andam a sofrer com esta desorganização parlamentar. Esta é uma missão dantesca, Senhores! E só para acrescentar: se isto não fosse uma comédia linguareira, bem estaríamos fritos em óleo polinsaturado!

Atores em cena: Nuno Loureiro de Paula Antunes


Atores em cena:  Hugo Santos Silva e Pedro A. Rodrigues 

segunda-feira, janeiro 29, 2018

Perspetivas

Vejo ruínas de um edifício intemporal
Outrora construído com todas as coisas preciosas.

Hoje, as orações são uma algaraviada

Sem sentido,
Sem sentimento.

Os construtores do templo ficaram quedos e mudos

E os falsos sobem ao altar e sorriem
Sorriem ao desprecavido.

Não vás para longe, não te apartes de quem te quer ouvir, mestre

Onde estás? Onde é que eu esqueci?!

Tive um sonho...

O templo de outrora reerguia-se na espuma das horas enganadas
E envolvia-me nos seus braços etéreos
Depois aconchegava-me no seu regaço e sussurrava-o ao ouvido:

Estou em todo o lado onde há a verdade,

Na poesia, no riso e no choro de uma criança,
No ventre de uma mãe, na força da natureza,
Na saudade da infância...

E zumbia dentro de mim uma verdade inexorável:

O templo vivia!




terça-feira, maio 23, 2017

Amor burlesco



Do trampolim salta Arlequim
Em busca da sua Colombina
Pendurada pelos pés
Amarrada com as fés
Plena atira-se ao vazio
Ao desconhecido almejado

“Não há perigo” – diz Arlequim